Mácula e Melodia



Sob o som do luar
Clareou na luz da tua voz
E no tom do teu olhar, a paz
Que de longe o silêncio traz

Perto de ti parto de mim
Vou pra dentro de onde dança
Teu espírito solidário
À solidão alheia

E da areia do mar
Ousei um castelo construir
E lá eu te guardei
Pra uma vida inteira te amar

E da minha boca o sorriso
Nunca mais partir.

Silêncio Musicalado



Um coração imenso que faz curva
Um sentimento intenso que traz chuva
Uma canção serena que cultua
Um amor que de tão leve, flutua

E nessa história já nem sei quando fui meu
Talvez naquele tempo, nem era eu
Era canção sem dó, sem melodia
Você é refrão tranquilo do dia-a-dia

Dó, ré, mi, fá, sol, lá pela manhã
Quando voltares pra matar minha saudade
É que poderei mais uma vez dizer:
No meu peito bateu felicidade.

Incinerar



A sede que me cerca,
Tal qual o mar que me afoga.

O céu que me asseia,
Tal qual o ar que me sufoca.

A gula que me traga,
Tal qual a fome que me mata.

A chama que me aquece,
Tal qual o inferno em fogo a queimar

O mar, o ar e a fome
Que ao homem consomem.

Incinerar
Ensina a errar.

Lilica



Não existem no mundo buracos iguais, tão menos em nossas vidas. Sinto, hoje, um vazio que por nada, nem ninguém, pode ser preenchido, pois é o vazio de um buraco cravado, cavado e deixado no peito por uma partida única, específica. Partida, a parte minha que partiu assim, do nada, partindo meu coração, deixando no seu espaço único o nada. Nada neste vago buraco se preencherá mais, de vago vazio ele, então, aqui, ficará. Uma saudade imensa. Uma dor tremenda. Um choro de secar os olhos e desidratar até os seres mais aquosos. Ela já não habita mais a instância deste mundo terreno. E seu descanso é meu pranto. Lilica, meu Lilicão, esse mundo, pra ti, foi pequeno. Minha filha de criação, parte de mim partida, parte partida do meu coração. Teu espaço em mim estará vago até que meu próprio eu já não vague mais nesta Terra e neste chão.

Obrigado, meu anjo, 
pelo amor mais sincero do mundo.
Papai te ama pra sempre!