Eu tenho
tanto pra lhe dizer,
Mas não sei
por onde começar...
É difícil
colocar em meras palavras
Tudo o que
carrego no peito.
Bom, vou tentar...
Bom, vou tentar...
Começarei
devagar, pela letra “E”.
As palavras
nunca traduzirão tudo isso,
Mas enfim, tentemos,
enfim, continuemos...
Em seguida arranho a letra “U”,
Em seguida arranho a letra “U”,
Atravessada
na garganta, como um nó,
Que sufoca,
tira o ar, dilacera o peito,
Mas ao mesmo
tempo me tira do chão, me faz flutuar.
Dito isso, sigamos em frente,
Dito isso, sigamos em frente,
Pois o tempo
corre, não para,
É
implacável, senhor da vida e do amor,
E por falar
em tempo, digo-lhe então a letra “T”.
E o peso nos pulmões e cordas vocais
E o peso nos pulmões e cordas vocais
Parece
lentamente se esvair, aliviar-se,
Ganhar o
mundo, e seus ouvidos, meu amor,
E mais uma
vez lhe digo a letra “E”... pois é.
Mas então voltamos ao início?
Mas então voltamos ao início?
Não, não, de
forma alguma,
Nunca
estivemos tão próximos do meio,
Mas no
alfabeto voltaremos sim...
E é então que lhe digo em meio a suspiros,
E é então que lhe digo em meio a suspiros,
Lábios
entrelaçados, peles enroscadas,
A primogênita das letras, protagonista de
muitas palavras,
Digo-lhe no
esforço de um respirar... a letra “A”.
Ah, mas isso parece não ter fim!
Ah, mas isso parece não ter fim!
Não, não tem
mesmo! O sentimento é eterno!
E nele nada
se teme,
E olhos nos
olhos, lhe dou a letra “M”.
Ah, minha pequena, e como é verdade...
Ah, minha pequena, e como é verdade...
Você me
desarma, me usa sem dó...
Desata meu
nó, e é por isso que, então,
Entrego-lhe
de todo o meu coração... a letra “O”.“EU TE AMO”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário