Acho que sou a única pessoa do mundo que só pode ser cativado
por uma pessoa de cada vez. Não consigo sentir frio na barriga por duas pessoas
ao mesmo tempo. Acho que algumas pessoas buscam mais e mais pessoas, milhões de
amores, de casos, de paixões, de braços, de olhares, de sorrisos, de elogios, de
lábios, de promessas curtas, de frio na barriga... Com o objetivo de preencher
o vazio que possuem na própria alma. Alguém que realmente sabe de si, que se
conhece o suficiente, que se ama acima de tudo, só precisa de Um Alguém pra lhe
completar. Não é questão de ser uma pessoa confusa, inconstante, medrosa, não,
é questão de ser vazia. É questão de ser para si mesma uma completa desconhecida.
E mais, é uma questão de ingratidão. Por mais que alguém sacrifique a própria
vida, os próprios planos, sonhos e o próprio destino por outro alguém, este outro
alguém sempre estará em busca de novos e “confortáveis” alguéns... Para lhe amaciarem
o ego. Para lhe sussurrarem novas palavras de “amor” tão verdadeiras quanto a
própria mentira que vive. Para lhe completarem, para lhe preencherem o imenso e
eterno buraco que têm no peito, no âmago de uma alma tão solitária, tão ausente
de si própria, vaga, desconhecida, sem nome, sem classe, sem cheiro, sem amor,
vazia. Almas vazias não sabem amar. Almas vazias não vivem. Almas vazias não param
em pé.
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