A liberdade parece estranha e assustadora para aqueles que
passaram tempo demais presos a algo ou a alguém. Confesso estar estranhando,
mas ao mesmo tempo achando incrível esse sentimento sincero e sereno de não-pertencimento.
A sensação é de ter tirado um peso imenso dos ombros e da consciência, e outro
maior ainda do peito! A gente pensa que o que aperta o coração, e o faz doer, é o
excesso de amor, mas a verdade é bem oposta a isso, chega a ser completamente antagônica.
O que faz o coração apertar e doer é a falta de amor! Falta de amor próprio. A gente
precisa aprender a ser mais suficiente. Aprender a conviver melhor com a nossa própria
sombra. A gente precisa se amar o suficiente pra ter coragem de encarar o
espelho, e não enxergar nenhum fantasma, monstro ou demônio, apenas nosso puro e
simples reflexo refletido na pura e simples superfície do espelho. E precisamos
aprender a deixar doer. Nem sempre ficar no meio do caminho é sinônimo de derrota.
Muitas vezes ficar no meio é o único meio de seguir em frente. Sendo “frente”
qualquer outra direção que aparecer pra gente, então, seguir. Às vezes a gente
vai tão longe por alguém que acaba chegando perto demais de se perder completamente.
Então ficar no meio do caminho às vezes é, também, o único meio da gente se
encontrar. Se reencontrar. E recomeçar. E no meio a gente encontra um jeito de
ser feliz no todo. Início, meio e fim. Faz bem ficar só, mesmo que de vez em
quando, ou de vez em sempre. Vai de cada. O bom da solidão é que uma hora a gente se
acostuma ternamente com ela. E aprende a gostar e conviver. E o próprio "estar só" passa a
fazer falta. Não sei do dia de amanhã, mas hoje eu sei, e hoje eu sou completamente
meu... E de mais ninguém.
Este é o fim deste capítulo.
FINALMENTE! Adeus M?
ResponderExcluirIdentifique-se, por favor.
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