A saudade é
tanta, e tamanha,
Que já se
tornou física, material, visível, palpável...
Personificou-se
diante dos meus olhos, da minha carne,
E
principalmente, dentro de mim...
Meus olhos
fogem, tentam evitar as esferas negras
Que me
procuram em cada gesto, em cada pensamento,
E quando não
mais resisto, encaro-a de volta,
E vejo você,
no reflexo de mim mesmo.
Olho para os
cantos escurecidos do meu quarto
E neles vejo
teu contorno, tua silhueta,
Que brilha
em meio à penumbra eterna
Desse vazio
abissal que tua ausência me traz...
Eu corro,
parado, inerte, fujo para dentro de mim,
Alimento-me
envaidecidamente da tua imagem,
Que vem com
a serenidade intranquila de um furacão,
Na forma de doces
lembranças, de memórias coloridas,
De um ontem
fantástico, mágico, nosso...
De um hoje
doloroso, por você não estar aqui...
E de um amanhã
incrível, que há de raiar em uma nova manhã,
No dia em que
você chegará, pra nunca mais ter que partir.
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